11- Lembranças de uma jovem velhice

Compreender como seria um dialogo entre os meus 23 anos e minha velhice foi algo que tentei burilar, encontrei muitas lembranças embora não pude citar todas:

"...cada vez que você se vai é como a areia se despedindo do vento, onde o pensamento será minha única recordação. "
Tempo. Hospedeiro de minhas emoções, guarda mais esta lembrança, porque desconfio algum dia inerte tocar em ti.
Verei os traços confortáveis de minha doce mocidade deleitando sobre o incerto de minha hoje velhice.
Lamentarei o pesar de minhas ladeiras abaixo e rirei das ladeiras acima que souberam se satisfazer com a minha subida.
Subi! Não a ponto de ultrapassar. Fiquei bem no limiar entre o medo e a insanidade.
Uma vez, fiquei observando o sol parir a lua e comecei a indagar:
- O sol tem sua antípoda lua! Ambos providos de matéria, ou será a lua a alma do sol?
Minha imaginação ficou a rodar porque queria tentar pensar que naquele momento essa mesma proposta estender-se-ia a mim, ser humano. Onde estaria minha alma naquele momento? Será se o sol consegue ver sua alma ou eu era uma dos milhões que assistia essa apresentação todas as tardes?
E eles? Será que assistem nosso espetáculo?
Depois de tanto pensar, abandonei o pensamento e segui andando pro meu próximo destino.
Tentei descobrir e construir até agora quem sou! Ou não cheguei ser?
Será se fui apenas um objeto utilizado por uma máquina? Estado! Quantos estados gradativos de sublimação ultrapassei! Foram estados de transcedencia que me permitiram por os pés aí.
Quanto aqui eu quase não posso enxergar, ou a minha visão é já ruída ou é esse vento que tem cor? E sinto cheiro também.
Cores, cheiros!!!! Eu adoro todas as cores e cheiros, eles soam para mim como identidade. Vi tantas cores e guardo tantos cheiros. O do Piauí, o de Minas, o de São Luis, de Aracajú, Ceará, Bahia...
São tantos os detalhes, que os que fazem melhor bombear meu sangue são aqueles donos do tempo como hoje sou.
Sabiam trilhar o caminho como se o pensamento enxergasse. Discerniam como quem faziam malabares ao vento.
Era naquela velharia humana onde estavam guardadas as minhas essências.
Foram tantos os inícios e poucas as conclusões, mas em todas o tempo e vento sempre protagonizaram

....cada vez que você se vai é como a areia se despedindo do vento, onde o pensamento será minha única recordação.

Jaqueline Bezerra (Jaque)
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Exposição: Antonio Júnior

Num passeio pelos Interiores

Partes do Interior

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Foto: Antonio Júnior

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