Por vezes estive em festas em que meu espirito estava longeeee ou lugares que não me continha nem me pertencia, minha sorte é que muitos desses momentos topei com amigos que me traziam alimento suficiente para meu espirito parar de indagar o porque eu estar exatamente naquele lugar!
Isso aconteceu esse final de semana....e João Henrique foi a ponte que me levou ao alimento. No meio de uma festa, nos sentamos ao chão abstraidos do que se passava ao nosso redor, e no escuro com uma caneta na mão e o avesso de um panfleto que havia recebido de um outro amigo começamos a arredondar palavras sem saber que rumo as palavras tomavam...estavamos independentes e ao mesmo tempo dupla....e quando acabou o espaço de nossa liberdade, procuramos uma luz e recitamos aos nossos ouvidos:
" Gritos e estardalhaços
fragmentos e fagmentações
despedaçam pela escuridão
das palavras inebriadas
de embriaguez sem ciúmes
Um olho, um gozo
lento
sereno
sarando e ferindo.
Ah, ela não entendeu,
mas eu falei a verdade:
- ela estava muito bonita.
Meus sentidos gozam sensações de palavras
inebriadas
ficadas
beijadas
extasiadas num corpo chutado em minhas pertinencias
ilógicas
Diz a gramática
um porém
não sei o ponto.
MAS
vou até ser
vôo até cê
Rítmos pisados pelo vão das cinzas jogadas
pela ilógica dos perfuemes exalados
pela honestidade dos corpos"
João Henrique & Jaqueline Bezerra