44- Música

Piso em sete sílabas
E não acho o tom
O som já feito perde-se no
Dóce momento de
Résposta aos nossos
Minutos desintegrados de solidão na
Fálacea perdida dos anônimos
Sol que me observa
Lá no fundo de
Si mesmo me entende.




Jaqueline Bezerra (Jaque)

43- Alma Perdida

Entreguei minha alma
A flor
E a flor muito esperta dividiu
Com o beija-flor
Compartilhou com a folha
Que o lagarto recebeu
Que a raiz comentou
Que o solo agradeceu
Que a trepadeira vibrou
Que a minhoca cochichou
Que o pássaro convenceu.
Minha alma andou.
Por isso perdi minha alma
Na mão da flor.





Jaqueline Bezerra

42- Pernas?

O bonde cheio de pernas
Formava uma composição
E quando saltava dali para fora

que destino tomavam?
Não sei!
Cada uma saia no seu ritmo
Seguia oculta na língua nacional
de todas as pernas
Pernas!
Pernas!
Elas também comunicam.





Jaqueline Bezerra (Jaque)

41- Minha Infância

O corpo de meu avô estatelado sobre a cama touxe-me sua lembrança em vida, da forma como apresentou o campo colhendo uma melancia e apontando para o resto do roçado, explicando coisas que minha imaturidade ficava perguntando o tempo todo o que significaria aquele monte de palavras.
- Como eu queria comer melancia agora! Sentir o vento e ouvir as palmeiras se rebatendo.

Naquele dia, pela primeira vez sentei no lombo de um cavalo mas logo desci, queria mesmo era sentir o capim passando sobre os meus pés, e não entendi por que estava tão molhado se não havia chovido na madrugada, a curiosidade de criança fez meu avô explicar o que é orvalho, achei essa palavra tão bonita que passei uns três dias repetindo.

Nunca tinha visto o sol nascer como aquele dia, eu tinha 7 anos, mas ainda recordo como o vovô me acordava através da sua ladainha na oração matinal das 04:30 da manhã e dos sussuros ao conversar com minha avó, aquele era o momento em que os dois analisavam o percurso que cada filho, neto, bisneto ganhava ou topava e em seguida continuava caminhando.

Eu sempre acordava descalça e sentava na mesa para escutar aquelas leituras, mas por vezes preferiam passar a leitura para mim, pois gostavam da minha interpretação e também a visão já não ajudava muito.

Nesse dia depois de voltarmos do campo, onde fomos na tentativa de achar um gado perdido, o vovô havia se preparado para sentenciar a morte de um animal, ele adorava reunir muita gente e para isso tinha que alimentar a todos, no final acabava virando uma grande festa em família.

Eu nunca tinha visto alguém matando um porco, mas diferentemente das minhas primas e irmãs que sairam com medo, cheguei mais próximo, queria saber o processo até chegar a mesa, e alguem havia me dito que um animal como aquele havia os mesmos órgão de um ser humano, mas um pouco diferente. Chorei. Deu um nó na garganta tão grande, mas depois ajudei a tratar do porco com uma intimidade tão grande, que parecia já conhecer todos os procedimentos.

Cansei, e sai correndo pra carregar todo mundo pro riacho. Mas antes, passava no quintal da Mãe Noca escondida pra pegar siriguela e um negocim que quebravamos e virava corante, era parte dos nossos ingredientes para a confecção dos artigos de cosméticos, pois as rosas eram machucadas e misturadas com alcoool e água e guardadas em conservas que na realidade não passava de vidros de perfumes secos que saiamos colhendo pelas casas.

Como era bom se jogar no riacho, pulando de um toco que pareceia tão alto. Na volta saia catando pelo chão frutas caídas. Tudo não passava de uma grande brincadeira. Opa! Espera. Chegamos na subida da ladeira, quanta poeira. Como eu tinha medo de subir aquela ladeira na hora em que o gado estivesse descendo, principalmente quando estava vestida de vermelho. Minha tia sempre dizia que o boi podia ficar bravo e sair correndo atrás de quem usava vermelho. Hoje, poucas pessoas entendem porque começo a rir do nada.

Comemos o porco, na realidade comi pouco, menos que o de costume. Menino sempre dá trabalho pra comer. Eu lembrava o tempo todo do meu avô dando porretada no porco e de mim ajudando a tratar o porco, interrompi o almoço perguntando se eu havia virado assasina por causa disso, todos riam da minha inoscencia, mas para mim era tão complexo e tão importante uma explicação, só me responderam que não. Passei mais de um mês pra esquecer a morte do porco.

Jaqueline Bezerra (Jaque)

40- Comportamento Desmaiado

Quando meus instintos
irá trair a sindrome do meu contentamento
O meu comportamento desmaiado
de sustento tenta guiar o preludio da minha tentação
na intenção de sacrificar o desatino
que corre em linhas ferreas
da obediência...
que sublime vanguarda do desejo virei na reescritura da megalope de matéria que criei
se crio instantes, o tempo responde aos minutos as parafrases das entrelinhas
e num teleframa deslocado pela ferrovia manda adeus as notícias sublimes mas também desertas de acasos
Minha vida é um acaso
e o acaso é o encontro do dia e da noite
como a noite é o colorido do dia e o dia a palidez da noite..
Pessoas, por favor, pessoas!
Nossas inquietações devem ser libertas
devem seguir para um canto em que não estejamos vendo
pois assim teremos certeza de que alcançará processos do infinito.






Jaqueline Bezerra (Jaque)

38- Lamento!

Adoro dedicar esta página a minhas escrituras "poéticas", mas há momentos em que o caos recua a poesia e pede um grito ou um suspiro, então aí vai.
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Teresina é capital do Piauí, e o Piauí está localizado entre os estados do Ceará e Maranhão, entretanto não seria necessário descrever a localização geográfica do nosso estado para a maior parte das pessoas “se” nosso estado tivesse uma plausibilidade num ambito geral, e tenho certeza que isso não passa de um bom investimento publicitário a nível nacional juntamente com os demais interessados (para evitar justamente esse problema, não há interessados por que não há quem faça interessar) , pois quão riquezas temos em nosso estado: opala, morro do gritador, o maior lençol freático da região Meio Norte, uma das maiores bacias de gás e petróleo do país, o delta, a serra das confusões, Sete Cidades, Serra da Capivara que inclui o maior sítio arqueológico das Américas além de outras peculiaridades que cabe a mostrar aos turistas (agora cadê os turistas?) e acima de tudo exportamos intelectualidades em inúmeras áreas do conhecimento.
Assim o que traz decepção ao ler os principais noticiários nas páginas da web não é a ignorância de conhecimento de um “ Paulo Zottolo” da vida, nem um número escasso de turistas (o que é de chorar no resultado final economicamente falando), mas sim ver as nossas riquezas esvaindo-se a nossa frente, pois quem não passa ao lado do rio Parnaíba e Poti, e recorda os tempos frondosos e gloriosos desses rios? Não sou tão velha assim, mas tenho bastante saudade da época em que minha tia pegava pelo braço e atravessava ao rio de barco só pra fazer-me sentir a sensação de contemplar uma beldade de nosso estado, e logo em seguida íamos ao Teatro.
O teatro! Esse lembrou agora outro caos, na realidade chega a ser descaso. “ Qual é o verdadeiro problema em instalar os estandes do Salão de Humor na avenida Frei Serafim?” Não creio que seja por uma reforma que não existe mais no espaço a ser utilizado na avenida. Poucos já lutam pelo “bummm” da cultura no Piauí e caminhando assim quando será que essa explosão chegará?
Esses e outros casos depende única e exclusivamente de um direcionamento educacional e administrativo governamental para deslancharmos, pois falta de vontade e empenho não leva ninguém para frente se a base é feita por alguns (porque muitos já desanimaram) e totalmente sem apoio.




Jaqueline Bezerra (Jaque)

37- Barrinha I

Que substituições meu racional reflete
por ultrapassar o bem comum
Meu desenvolvimento mental
expõem a admissão dos abusos
imediatas de profanações em tarefas
realizadas nas minhas vocações mundanas
Sei ler a tua lingua
mas não sei falar
porque ninguém me ensinou
E se o mosaico dos farois
me rodeiam o sossego da pureza
deforma o contraste do ferro
de minha liberdade
O que me torna refém do alheio
Se minha moral derrete,
o esclarecido irredutivel
desparticulariza a minha residência
na casa da intenção
Não quero o clássico!
Detesto o clássico.
Quero ampliar os fênomenos
em minhas veias
E que as regras organizem
o tudo da determinação
da causa antecedente
Quero uma nova identidade
e que essa seja a mais homicida
pois quero mergulhar
na ausência do nada inderminado.




Jaqueline Bezerra (Jaque)

36- Barrinha

Pálida bananeira
impregna meus sentidos
Pois salta aos meus olhos
a conversa de duas entidades
Vento enruga tua curva
em meu corpo
E deixa cobrir minhas
feridas com as madeixas alaranjadas
deste pôr, elas sangram
Pois nenhum plano de fundo
contorce as dentadas que
mastigam meu peito
Apenas meus ouvidos partilham

destes movimentos eróticos numa
linguagens botânicas
que cura meus sentidos

E o que carrego
ladeira abaixo?





Jaqueline Bezerra (Jaque)

35- Meu Delírio

Meu delírio...
Meu delírio...
Meu delírio...
Meu delírio poético não se rende
a números!
Meu delírio poético não se rende a
uma jornada(de oito horas)!
Meu delírio poético não se rende a
Autoritarismos!
Meu delírio poético não se rende a
Mandotismos(de todas as formas)!!
Meu delírio poético não se rende a
Picuinhas.
Meu delírio poético rende-se a
Intensidades!
Sentimentos!
Afetos!
E poesias!
Meu delírio poético rende-se a
Pessoas afetadas por poesias.




Zeus brito

34- Meta Metida

Este espaço é a nossa altarquia...já disse o filósofo Coxinha. Pra você que está lendo agora, não vá buscar na Google quem é o filósofo Coxinha, certamente não irá encontrar. Mas fique certo que onde as nuanceas desproporcionais não isoméricas estiverem ocorrendo, Coxinha estará lá. Isso é pra dizer que nesta página e na minha vida meus amigos são bem-vindos sempre. Fiquem com as palavras de Zeus:


Mêta sua Meta em mim,
Mas não mêta de qualquer forma
Mêta pela cabeça, bem forte
Mêta! Mêta! Mêta pela boca e pelo ouvido!!
Mêta de forma áspera,
Em alto e bom grito,
Com ordenamento, pois,
Se não meter assim, eu não entendo.
Depois, Mêta devagarzinho,
Sua meta, mêta! mêta! mêta!!
De pouquinho porque,
Depois desse processo acultural,
Toda meta entra.
Mêta à meta!!!




Zeus brito

33- Indiossicracia num papel higiênico

Poesia se faz até quando o único papel que tem a sua frente é o papel higiênico, isso não muda a beleza das palavras. Essas aí embaixo são resultados das escrituras em um pedaço de liberdade rabiscadas em papel higiênico...


Pai...
Os homens estão derrubando as árvores...
Pai...
Os homens estão derrubando as árvores para fazer papel...
Pra fazer papel higiênico e temperá-lo com a razão!
Com toda a razão!
O medo da não competência não me deixa tempo pra cheirar uma flor...
Pra sentir o amor
O medo da não competência não me deixa tempo pra ouvir poesia
Quem dirá recitá-la
O medo da não competência me fez ser expulso do bar
Por xingamento
Porra, caralho! Não tenho tempo nem pra xingar!
Meus exercícios hermenêuticos diários não me permitiram entender a idiossincrasia do universo metafísico caótico!
Meu silêncio estridente, dente, dente, dente banguela.
Te pergunta:
Isso serve pra quê?
Aquilo usa aonde?
Eu estou aonde?
Vivo por que?
Reticências no infinito!
As idiossincrasias semânticas paradigmáticas perpendicularizam meus sentimentos reduzindo-os a razão.
Dois corvos devoram meu corpo, inacabado, num episódio antropofágico
Loucura e Razão
Dois corvos devoram meu corpo
Razão e Loucura
Devoram meus olhos
Devoram minha língua
Devoram minhas orelhas
Só não devoram o meu coração!
Por que já não tenho...
Dois corvos devoram meu corpo.



Salatiel Pereira (Sagobilas)
Jaqueline Bezerra (Jaque)
Marcondes Brito (Zeus)

32- Captação de Sensações II

O ciclo da vida,
cria passarelas que pegam-nos
de surpresa.
Por isso
esqueço-me das horas
na anestesia que a brisa e a água
concordam em trazer-me.


Jaqueline Bezerra (Jaque)

31- Captação de Sensações I

"O polém dissemina crias
que nem mesmo o tempo
é capaz de voltar para
achar"
Jaqueline Bezerra ( Jaque )

30- Placas de São Luiz

Eu queria ter capacidade para entender de que ponto viemos e a que ponto chegaremos! Nossa passagem é tão estreita, e tento passar por esse estreitamento deixando ao máximo possível produtividades, e por mais que minha intenção seja um tanto positiva, vejo-me na maioria das vezes como um ponto boiando no meio de uma multidão.
Andando pelas ruas de São Luiz pude ter essa sensação de forma mais próxima, e juro que me interrogava sobre as milhares de histórias que teriam transitado por ali. Coisas do tipo: - Como deveria ser o comportamento das pessoas? Como deveria ser os rostos das negras e negros que poderiam estar cruzando comigo se tivesse o dom de voltar ao ínicio do séc XVIII ou XIX? Sobre o que conversariamos? Que idéias estavam culminando naquele momento? O que os artistas estariam conversando com os filósofos? E os portugueses onde estariam? Os holandeses? E os índios?
Quantas inquietações me cercam!
Tomei a liberdade de tentar reproduzir cenas antigas, e o que me vinha a cabeça era a forma como tudo devia ser articulado, pois a forma rústica talvez dê a idéia de esclerosamento, pois hoje nossa moda digital permite que os sessenta minutos que passou seja visto como um mês, quem dirá um ano. As coisas estão sublimando. Também senti raiva por imaginar que poucos deviam ter acesso aos vãns livros. Seriam esses os "donos das idéias"? Bom, é certo que muitos idealizadores deviam ser obrigados a esconder suas filosofias em prol de uma não repressão. Repressão essa que não mudou até hoje, porém temos uma maior liberdade para questionar a não aceitação de nossas idéias. Correto?
Em minhas andanças por aquela cidade, algumas passagens soou como uma afronta. Como também muitas concederam o atiçamento a criações e correntes ideológicas, e é lógico que as companhias foram os principais instrumentos para todas estas sensações produtivas.
Agora prefiro fazer uma pausa pra falar o que realmente chamou-me a atenção. Fiquei
chocada com o número de placas promovendo as "negações"! Não entendeu, não é? Vou explicar.
Estava eu na parte histórica da cidade quando voltei a uma cachaçaria que foi batizada de farmácia por alguns amigos. E eu como sempre, fui rever a farmácia e experimentar os novos sabores não concebidos ao meu paladar...tomarindo, gengibre, maça, goiba, pitomba, pessego, limão...quanto mais eu bebia, quanto mais não me saia da cabeça as palavras cravadas na placa: "Proibido tirar fotografias, é tão feio quanto cuspir no chão"...até aí tudo bem. Cada individuo tem uma ou várias formas de expressar seus desejos, está aí a vantagem da propriedade particular. E ainda mais se ela lhe serve de marketing.
O que não me entrou na cabeça foi eu ter sido explusa do "bar" por chingamento. Por chingamento? Não tinha nada escrito na placa sobre chingamento! Concluimos que na rua em que reside uma cachaçaria e que tem como vizinhos uma boca de fumo e um prostibulo, e que a dona não é mulher do prefeito e nem é a Roseana Sarney, é PROIBIDO CHINGAR! Tem algumas mediocridades que não me entra na cabeça.
Fomos parar no Reviver, onde o balançado das negras e som dos tambores me atraia como um imã, aquele ritmo me esquenta o sangue, e me propõem delírios vocálicos que trombam com as consonantais de tal forma que espoca o derretimento de frases queimadas pelo piscar dos meus olhos inquietos no acompanhamento intencional de absorver todas as sensações.
Que infantil de minha parte! Querer sentir e consumir todas as energias boas que me cercava e agora querer descrever o episódio da cachaçaria sem qualquer ruído...talvez você esteja detestando minha descrição, até porque quantas coisas críticas estão ocultas. Minha intenção é só descrever conforme meus dedos bailam pelo teclado....até parece que eles têem vida própria..
No dia seguinte, eu crente que a cena da farmácia seria isolada por falta de maiores explicativos nas placas, e que a história a ser contada aos meus netos só iria até essa placa...advinhem!
Episódio II, o retorno.
Fomos a um famoso bar localizado num mercado, onde todo e qualquer pensar ligado a musicalidade MPB, lá tem: "Leo". Leo é o nome do bar, e eu não poderia sair de lá sem ter o que falar do LEO. Para a minha lembrança, na hora em que ponho o pé no LEO, advinhem com o que me deparo? Um pequeno informativo contendo:
- PROIBIDO DANÇAR.
Sempre disse aos meus amigos que tenho medo do silêncio e das palavras. Agora acho que estou começando a ter medo de placas. A do Leo vocês estavão esperando a minha expulsão novamente, né isso? Mas não, não fui expulsa, agora uma coisa é certa, fiquei com receio de chegar no bar seguinte e ter uma placa dizendo: - Proibido beber!
Já imaginou se essa moda de placas proibitivas pegar!? Já pensou se o Robert Rios resolve lançar essa moda aqui em Teresina!
Só não iria achar ruim se tivesse uma placa no pé do ônibus dizendo: - Proibido subir!
Eu queria ficar mais um pouquinho em Sããããooo Luiz do Maranhão...como diria meu caro safoneiro pernambucano Luiz Gonzaga.
Jaqueline Bezerra (Jaque)

29- Escritas

"A construção que permeia em palavras,
que transgride regras,
que quebra pensamentos,
que violenta o não perceptivel,
que junta instâncias;
são os dialógos destravados entre
um ser humano e sua criação. "


Jaqueline Bezerra (Jaque)

28- No meio de Uma festa

Por vezes estive em festas em que meu espirito estava longeeee ou lugares que não me continha nem me pertencia, minha sorte é que muitos desses momentos topei com amigos que me traziam alimento suficiente para meu espirito parar de indagar o porque eu estar exatamente naquele lugar!
Isso aconteceu esse final de semana....e João Henrique foi a ponte que me levou ao alimento. No meio de uma festa, nos sentamos ao chão abstraidos do que se passava ao nosso redor, e no escuro com uma caneta na mão e o avesso de um panfleto que havia recebido de um outro amigo começamos a arredondar palavras sem saber que rumo as palavras tomavam...estavamos independentes e ao mesmo tempo dupla....e quando acabou o espaço de nossa liberdade, procuramos uma luz e recitamos aos nossos ouvidos:
" Gritos e estardalhaços
fragmentos e fagmentações
despedaçam pela escuridão
das palavras inebriadas
de embriaguez sem ciúmes
Um olho, um gozo
lento
sereno
sarando e ferindo.
Ah, ela não entendeu,
mas eu falei a verdade:
- ela estava muito bonita.
Meus sentidos gozam sensações de palavras
inebriadas
ficadas
beijadas
extasiadas num corpo chutado em minhas pertinencias
ilógicas
Diz a gramática
um porém
não sei o ponto.
MAS
vou até ser
vôo até cê
Rítmos pisados pelo vão das cinzas jogadas
pela ilógica dos perfuemes exalados
pela honestidade dos corpos"
João Henrique & Jaqueline Bezerra

27- Constelação

"Quando os laços vão
desatando os nós
São as contagens
de fases metabolizando
o inconsciente desejo
assoviado pela razão
da matéria buscando
vocábulos
São as comunicações
distribuidas aos poros
do corpo em ensaios
de fusão, a força vital
das conversões
despropositadasdas múltiplas
espansões violentadas de atribuições
potencialisticas do astro HOMEM."



Jaqueline Bezerra (Jaque)

26- Gestação

A vida. A vida é uma "coisa" inexplicável, por mais que a ciência detalhe. Que trocas são essas que origina a VIDA? Vendo outro dia uma foto de uma amiga com seu barrigão levou-me a dissecar estas palavras ao momento sublime que culmina numa apoteose multiplicativa de células:

"Nos intantes calorosos
entrelaçamos as mãos
na cumplicidade dos desejos
Damos e recebemos as cargas
de aurea da profunda modernidade
da concepção e concebemos.
As primeiras inquietações
As primeiras tranformações
providênciam as vibraçoes do toque
que vem do dentro, do dentro
Somos a casa armada que guarda, que protege..."


Jaqueline Bezerra (Jaque)

25- Desejo

Minha inspiração está ganhando destino, estou me sentido provocada, tentada...quero viver e ter as sensações palatais espalhadas pelo corpo.


"Os ensaios ajustados pelas palavras
provocam escândalos, contorcem pensamentos
A conciência amacia o peso da intimidade
As inseparáveis pluralizações dos desejos
são os resumos da percepção das vontades
expulsas e concebidas em verdades,
consumidas pelas possibilidades."



Jaqueline Bezerra (Jaque)

24- Passagem

Não esteja preso as sinopses
O tesouro da compreensão
São as tréguas do esquecimento
Que multiplique-se o visível e o audível
Que a opressão relate as formas dos amantes
Que o empoeirado balsamo do tédio
Comande a autofagia da desilusão.
Aqueles que ruminam nos convidam
Ao engano da solidão


Jaqueline Bezerra (Jaque)

23- Palco

O teatro é uma parte da arte que me seduz a viver qualquer aventura. Nele sou mono, sou di, sou multi...


"Quando dibuiamos a constelação
e enxergamos por trás das cortinas
Lançamos por sobre as máscaras
volumes de palavras vestidas de letras
Desaprumamos ouvidos de marionetes
Engravidamos figurinos na moldura
cega esfregando graxa
Damos ao cérebro lábios
que preenchem pentagramas
Derriamos as luzes que engolem
as infiltrações do mundo..."

Jaqueline Bezerra (Jaque)

22- Acaso de encontro

O acaso é um encontro sábio, eles deixam-me saciada. Sejam pelas conversas, sejam pelas dinâmicas.

Minhas passagens pelas
brechas curvas
suspensas no acaso
Despiu minha sensatez
Embreagou meu instinto
Camuflou a tentação
Se teus olhos serrados
marcam um alguém
Que este alguém vaporize
em respingos que agrade minha pele
Sou toda desejo
Transpiro trocas de olhares
engolidos pelas vogais
Mastigo os passos invisíveis....



Jaqueline Bezerra (Jaque)

21- Reprodução

Todo ser humano tem a incrível necessidade de até por poucos minutos estar parado para observar, absorver...fiquei um tempo buscando partos para dentro, fosse para o cerebro, fosse pra o espirito, equlibrio, enfim...ainda estou buscando partos, mais o conveniente ou inconveniente é que estou parindo.

"Estou parindo
a necessidade de comunicação
Meu cerebro tem mãos
que permitem tirar ou
por pedaços de labirintos
Quero estar entre os loucos
pra ser mais humana
Quero a osmose da insanidade
Libertemos o orvalho gravido
pois tive um parto para dentro."




Jaqueline Bezerra (Jaque)

20- Ponto Correto?

O tempo encravado
parece nos reabastecer
de lembranças e sutilidades
as emoções que cortam
como bisturi
através das interpretações
nem sempre sábias.
As cavernas que concebem
crateras nos designam
representações resabiadas
de arestas cardinalmente
triangulizadas nos pontos
das vétices resultando
Nos poros descascados em sementes
revelados em empretuosas resalvas
alimentadas pelos impulsos
castrados pela racionalidade
As ânseas resgatadas em continuas
reticências são pontos rabiscados
em papel vestido de contágios
papilares de desordem caótica.
Ninguém define olhares
nem descrições só sentidos indescritamente
manipulados pelos pulsos sanguineos
torneados de sabores a degustar no
tempo inversamente correto.

Jaqueline Bezerra (Jaque)

19- Invasão

Nosso íntimo ganha mãos que
Revelam pinturas mastigadas
Pelo desejo
Minha leitura sem legendas
Revela as curvas palpadas
Tempos verbais
Dicipados em essências
Devorado como alimento

Embreaga meus sentidos


Jaqueline Bezerra (Jaque)

18- Borrão

Calou-me!
O mistério revelado em tempo.
O ruído e os efeitos
diladados em reflexos
contagia a fraude dos
impulsos
Atribuições
conduzidas em
movimentos dispares
Contemos passos idênticos
no iludir do tempo na hora
em que colhermos do bolso
os pedaços de vogais
emagadas pela arrogância
das horas
Essa tão nova poesia
me fica o ensurdecedo silêncio
alto gritante absorvido
pelo produto imaginação.



Jaqueline Bezerra ( Jaque)

17- Nascente

"Meus poros suam letras
e em pingos formam palavras
que escorrem frases
destinadas ao desejo,
e brilham aos olhos de tudo
e de todos os encantos que
só a natureza é capaz de traduzir
em formas sinuosas
de tempos retorcidos"


Jaqueline Bezerra - Jaque

16- Mas alguns poucos são poéticos

Mas os moleculemos até virarem poesia
resignifiquemos até virarem prosas e darem flores
de outono no inverno
nossa poesia solta verbos gritados afônicamente,
pelas veias da magia dos pés do rio,
saculejo destemido a distância pauseando
o momento num instante de longevidade...
Viva a poesia!
E suas viscosidades aladas
alçadas no desejo na criatividade e no caos magnifico
da incerteza
E se a poesia tiver braços e pernas estaremos lascados...
porque andamos com dificuldade por sentirmos o peso dela...
E se nosso imaginário for considerado patético,
Estamos fritos porque estamos com desejo de ter cristais de brilhantes diamantizados...
As recíprocas instantâneas são os melhores cruzamentos...
Essa frase parece uma reticências enorme...
Nada melhor do que uma grande e infinita reticências
Desenhos de significados inoportunos implodidos na pele...
lembro dos traços melodicos sinuosos dos contornos debruçados sobre minha perna, contato extenso...longo...intenso...imenso
eram os saltos dos elétrons orbitários irradiados das perolas
O intento de adentrar cada vez mais na intensidade dos sentires
chegando no campo imaculado do nada...
o nada que é a resposta do tudo
depois de chegar a coisa alguma...
reticências da poesia ao cubo, centrado no quadrado da hipotenusa
passado o êxtase no limiar da manhã se abrindo a faca
o polígono das intensões na raiz quadrada dos sentidos na matriz das cópias na determinante do caminho no suor da poesia
e na lágrima das palavras..
No fervor da maresia e no ardor da realidade sombria

que castra os verbos pouco consultado pelo desejo..



Marcondes Brito ( Zeus) & Jaqueline Bezerra (Jaque )

15- Seguimentos de Partes

Partes,

o momento em que há grama verde

improvisando seu lamento,

minha porta não tem vez,

nem consolo

Meu caminhar acompanha

o cortezo do fundo passo

descompassado do renascimento

Minha tristeza mora num canto

guardado da favela,

as vezes ela sai por aí...

assimilando sua própria realidade

Propriedade das veias descascadas

de uma árvore onde corre o suor

do sangue dos dentes ferozes da

sobrevivência, marco da insexistência

debruçada sobre os pilares de raízes

incaliçadas no inconsciente solo

alimentado pela ganância dos poros

é a vida tentando surgir depois da

Morte.

Jaqueline Bezerra ( Jaque)

14- Espaço de Tempo

Estar distante de quem está próximo;
Observar na intenção de achar a intensidade;
Caminhar no sentido em que as particulas sopram;
Enxergar a loucura e viver a insanidade;
E se de fato existe algo entre o meu imaginário e a realidade,
que este algo perpetue volatilmente como uma partícula de luz,
antes que os ouvidos emudeçam;
antes que os olhos calem;
antes que minhas mãos não mais ensaem na mistura confusa das palavras,
dos andares, das ideologias, do compassar de minhas vagarosas letras
carbonizadas pelo trespassar das benças de adeus do velho embreagado
pela experiência.

Escuro....escuro....

Esse é o vácuo exitente entre um ser humano perdido ou emaranhado nas suas próprias desconexões que um microfone sem fio faz propagar pelas subidas e descidas da velocidade das exageradas impossibilidades de perder-se na escuridão da mente.
A mente, é a única verdade mentirosa em que podemos acreditar quando não nos resta um pingo de loucura sobria enfartal. Moro a cada instante por viver e minhas células desperdiçadas pelas intransigências do tempo faz deixar espalhada minha história de procurar as portas das...são tantas as portas que mantem-se intactas...portas, janelas, brechas, buracos, goteiras...quantos espaços...espaços... ... espaços... os espaços seguem sua continuidade da forma mais quebrada de verbo possível. Se os verbos me mostram o caminho da vida, irei literar pelas ruas....andar, falar, gritar, pular, beber, arder, vencer, aborecer, construir, fragmentar..

Certa vez fui apresentada aos fragmentos e eles me propuseram uma conversa de junções que me fizem colar o descompartilhamento de segregações de hipoteses. Fui pequena demais para o momento, porém minhas mãos de ouvidos, meus olhos de dentes, e minha atenção atômica, guardaram a fórmula. O momento foi inoportuno, mas comportou-se como um exímio bisturi. Meu corpo e minhas palavras passaram a mirar as madeixas amareladas e alaranjadas de forma não linear. Os expirais "x" e "y" conversaram em seus devidos pontos beta e gama...

e a escuridão....

a escuridão é o início do diálogo. Minhas últimas sensações faz-me pensar que só o limiar de insanidade e o limiar da inércia faz causar o movimento....


Jaqueline Bezerra ( Jaque)


13- Fragmentos fotográficos do tempo

Como o olhar é verdadeiro e pertinente as nossas sensações, ao menos o meu. Sim!
Ele geralmente acompanha meu raciocínio. O que nem sempre consegue acompanhar essa suavidade, são as palavras. Elas acabam rasgando o tempo e protuberando-se para fora de forma que acabam sendo grosseiras e frigidas, por interromper ou romper de forma não saciável, e acabam dilacerando minha conexão como o meu momento ego...egocêntrico.
Quantas frustrações as palavras nos proporcionam. Quem nunca perdeu as palavras no momento em que mais precisavam estar com elas espirando.
Mas o olhar. Não! Sempre fiel.
Por vezes cheguei a estar em frente ao espelho e notar uma distorção irônica entre meu riso e meu olhar. Começava a rir mais ainda. E indagava-me:
- Como um olhar e um riso podem ter sentimentos próprios?
Era incrível! Mas alguém se dando conta e colocando um papel sobre meus olhos e depois sobre meu riso, iria ter interpretações dúbias. Quantas expressões numa só área...
Percebi que nem eu sou digna de compreender as turbulências de um corpo falante. Verdadeiramente falante.
Verdadeiramente? Como? Se uma única parte detecta dois momentos divergentes entre si?
Por que o ser humano insiste em tentar achar uma única explicação acidamente unitária para os fatos?
Depois de tantos pormenores resgatei que nem sempre sofremos UMA conseqüência, portanto nem sempre se tem UMA explicação para determinado fato, logo, podem existir várias verdades para um único caos e nenhum deles deixa de ser mais ou menos verdadeiro que o outro. Pois essas verdades podem passar malabaristicamente por determinados caminhos chegando a um único resultado. Esse sim...supostamente será um único. Ainda assim tenho minhas dúvidas.
Assim, palavras são sensuais se usadas numa forma progessiva coerente. Por incrível que pareçam elas casam de formas que podem omitir, mentir, persuadir e outros “dir” que por vezes se entrelaçam e se destroem, elas por injustas e insaciável que sejam aos momentos, são as únicas que atravessam relógios e nos mostram respingos dos úteros das mentes em trabalho de parto.


Jaqueline Bezerra (Jaque)

12- Cadê Minha Arte!

Quando a arte irá bater na minha porta?
Trazer o êxtase do meu corpo
e ver reagir o líquido lágrima
com o avesso de minha pele.
Fluido fugaz movido a eletricidade!
Embriagar o sintoma desejo
Penetrar no inquestionável
Mexer com a temporalidade
Multiplicar o deleite
Navegar nos anseios
Quando ela irá me olhar,
e de forma evolutiva ganhar
proximidade para me provocar?
Dar as minhas mãos a insistência de
ser o lume em outras dimensões
e sentir teu riso no meu quadro branco
a se revelar
Rompendo o espaço
Transgredindo o tempo
Multiplicando explosões
Iludindo inverdades
Reafirmando erotismo de uma fragrância cultivada
No tempo em concerto.


Jaqueline Bezerra (Jaque)

11- Lembranças de uma jovem velhice

Compreender como seria um dialogo entre os meus 23 anos e minha velhice foi algo que tentei burilar, encontrei muitas lembranças embora não pude citar todas:

"...cada vez que você se vai é como a areia se despedindo do vento, onde o pensamento será minha única recordação. "
Tempo. Hospedeiro de minhas emoções, guarda mais esta lembrança, porque desconfio algum dia inerte tocar em ti.
Verei os traços confortáveis de minha doce mocidade deleitando sobre o incerto de minha hoje velhice.
Lamentarei o pesar de minhas ladeiras abaixo e rirei das ladeiras acima que souberam se satisfazer com a minha subida.
Subi! Não a ponto de ultrapassar. Fiquei bem no limiar entre o medo e a insanidade.
Uma vez, fiquei observando o sol parir a lua e comecei a indagar:
- O sol tem sua antípoda lua! Ambos providos de matéria, ou será a lua a alma do sol?
Minha imaginação ficou a rodar porque queria tentar pensar que naquele momento essa mesma proposta estender-se-ia a mim, ser humano. Onde estaria minha alma naquele momento? Será se o sol consegue ver sua alma ou eu era uma dos milhões que assistia essa apresentação todas as tardes?
E eles? Será que assistem nosso espetáculo?
Depois de tanto pensar, abandonei o pensamento e segui andando pro meu próximo destino.
Tentei descobrir e construir até agora quem sou! Ou não cheguei ser?
Será se fui apenas um objeto utilizado por uma máquina? Estado! Quantos estados gradativos de sublimação ultrapassei! Foram estados de transcedencia que me permitiram por os pés aí.
Quanto aqui eu quase não posso enxergar, ou a minha visão é já ruída ou é esse vento que tem cor? E sinto cheiro também.
Cores, cheiros!!!! Eu adoro todas as cores e cheiros, eles soam para mim como identidade. Vi tantas cores e guardo tantos cheiros. O do Piauí, o de Minas, o de São Luis, de Aracajú, Ceará, Bahia...
São tantos os detalhes, que os que fazem melhor bombear meu sangue são aqueles donos do tempo como hoje sou.
Sabiam trilhar o caminho como se o pensamento enxergasse. Discerniam como quem faziam malabares ao vento.
Era naquela velharia humana onde estavam guardadas as minhas essências.
Foram tantos os inícios e poucas as conclusões, mas em todas o tempo e vento sempre protagonizaram

....cada vez que você se vai é como a areia se despedindo do vento, onde o pensamento será minha única recordação.

Jaqueline Bezerra (Jaque)

10- Amigo

Há certos seres que são onipresentes em nossas vidas porque damos a esses o poder de estar conscientemente inconciente participando do nosso cotidiano da forma mais presente.
E essa é a melhor resultante que uma amizade pode trazer, por isso dedico essas poucas palavras a esse ser onipresente: Luiz Gonzaga.


São as histórias
Os encontros
As promessas
As ideologias
As vidas da vida
E os amores
os maiores propulsores
de nossas tendências
terraquianas de levitar
inconscientemente
pelo desejo que
verbalizam os pensamento
sem movimentos cuvirlineos
que nos guiam na direção caótica
da sobrevivencia
Se isso não é viver,
me diga ao menos uma vez
O que é vida?

Jaqueline Bezerra (Jaque)

9- Embreagez

Por algum motivo que eu desconheço,
a noite é sempre minha grande companheira
e os raios do sol, são sempre os grandes
braços que vêm me acordar ao amanhecer.
Não! Não sou nenhum eclipse,
não me encontro no sol com a lua.
Sou aquela que eles vigiam
quando passo nas ruas desertas
enxergando a sombra no orvalho
embebido de brisa.
Som me deixa embreagar
Me leva ao infinito onde você pode chegar
Quero descobrir o que há por trás dali
Daquela canção que me diz
A forma de lembrar
Que o passado já não existe mais.


Jaqueline Bezerra (Jaque)

8- Validade de Vida!

Que bom que a vida não tem prazo de validade.
E isso me faz querer sair todos os dias vendo e desconstuindo pessoas, conhecimentos, místicas que o próprio homem montou, a fim de tentar construir uma fonte, uma corrente, uma passagem, uma tese e uma mais que for, de conhecimentos lineares ou não.
Não abismem pelo “desconstruindo” pois são das desconstruções que provém os melhores caminhos. O meu desconstruir é o mesmo que desaprender. E não abismem pelo “desaprender”, pois quem desaprende, aprende muito mais do que quem diz já saber.
Não estou causando nenhum turbilhão de teoremas, que na verdade em sua maioria são pragmatizados por esse complô de pessoas ao redor de uma centena de interesses que na amplitude das situações não passam de ambições contabililógicas. Ilógicamente incompreensível pela minha ignorância, por não entender o que faz um homem usar de sua racionalidade para tal fim irracional de podar as vontades vidológicas de outros seres para sustentar irremediavelmente o egoísmo numerológico de uma classe lupal de se localizar nos degraus arranha-céus do que chamam equivalência espertológica.
As vidas dessa invalidade vital têm seus “Q’s” de interessante.
Enquanto você tenta descontruir, outras manifestações persuasivas tentam te mostrar o quanto podemos caminhar numa direção caótica de prazeres plurológicos, e é isso que uma comunidade consegue me ensinar dinamicamente sobre as desconstruções dessa passagem.
E assim, parada, vou desconstruindo muito mais que andando. Pois entre todas as tarefas, a de “compreender essa lógica” é incrivelmente resistente em todos os sentidos centrípetos desses círculos que tomam nossas vidas. Sim, porque somos um ciclo. Felizmente ou infelizmente?!
E não abismem pelo “parada”, pois ela presta suas contribuições não auto-suficientes cooperativa de produções propulsoras de resultados não-deformados positivamente.
Enfim, voltando ao nosso raciocínio, falo de prazos, de validade, porque um fato marcou-me profundamente após cruzar um corredor muvucado na universidade. Entre círculos e círculos fechados de pessoas, em nenhum deles pude observar se quer qualquer discussão sobre qualquer se quer assunto endereçado a descontruções humanas, políticas, culturais, informativas que fosse. Senti-me profundamente perdida entre duas mesas que jogavam valetes, damas, reis, rainhas e noutras gracejos desfragmentados de conversas paralelas sem qualquer direção limbística aguçada na direção aprendizagem. Quanta autofagia pública!
Como é cruel observar certas descontruções em minhas observações. Se nosso problema é porque fomos educados pela geração passada, me pergunto: Onde erram? Porque cometeram tal suicídio? Ou, porque atentar contra o próprio filho?
Essas perguntas ecoam em direção a mim. Penso todos os dias ao acordar, se é que acordo, o que restará a minha genética. É simples não enxergar, não ouvir, não falar. Vemos isso todos os dias por estarmos presos nos campos de concentração judiciário, executivo e legislativo.
Portanto reagir com prática e ideologia é duro quando se tem ¾ do corpo dormente ou anestesiado de sensações doris, mas que por motivos onipresentes ( e eles estão as vistas) não conseguem por motivos onipotentes buscar definições elásticas para as desapreciações .
Tudo está tão inverso que dentro de um mundo cerebrante universitário os “doutores” se propõem na posição de arranha-céus. Quanta dificuldade de sentar na mesma linha horizontal!
Nessa atualidade não deveriam caber tais indagações, porque deveriam ser ultrapassadas, mas faz-se atual e necessária pela lezera comunitária que domina as vãs cabeças inquestionáveis da pós-contemporaneidade.
Sejamos Deusas e Deuses, sejamos todos arranha-céus, ou ao menos tentem, mas saíamos todos desse ponto morto.

Jaqueline Bezerra (Jaque)

7- Conversa Astral

Mar, suor do sol.
Meras intenções fecundáveis
do amanhecer
Divina maquiagem rotativa,
homônima da razão na lascívia distribuída
aos olhos das palavras
na brisa dançante malabarista.
Fluindo perpetuas verdades carnívoras do tempo,
pensamento contagiado de labirintos
onde a porta suportada do prazer é o
esmeril da interseção rio,
quando ele quer beber.

Jaqueline Bezerra (Jaque)

6- Oww Bahia onde está meu pensamento!?

É incrível como mudar por uma semana a uma outra dimensão territorial, nos faz criar uma visão mais próxima do equilíbrio. Exatamente por observarmos do ângulo em que passamos a agregar novos valores aos já pré-concebidos e então fazermos a média aritmética de tudo aquilo que por algum motivo já vivenciamos.
Aprendemos com a outra cultura, e ver a outra cultura é sempre questionável. Mas questionável porque? Pode-se questionar a cultura do outro por que diverge da sua?
O importante não é ficarmos nas redondezas das medíocres indagações e sim achar os segredos perdidos e constatar que devemos buscar a não volatilidade das sensações, pois essas são as únicas e verdadeiras propulsoras do combustível humano. Por isso precisamos sentir-se mais e observarmos mais, pois só assim os acidentes de vidas e os encontros marcados por termos o caminho sob nossos pés, acontecem. São os acasos. E a casos equacionados pela incompatibilidade da visão aqui chamada percepção. Pois nem sempre o olho é o nosso primeiro contato com o outro. Minhas meras percepções não me deixarão morrer enquanto estiver fugindo dos conselhos sensatos, embora minhas orbitárias sensações algumas vezes se bifurquem.
Vou tangendo a vida buscando texturas, me alimentando dessas ou daquelas sensações, me vestindo com os laços da saudade, mergulhando no suor das experiências, vaporizando desejos, somatizando energias, hospedando o amor que mesmo debaixo de uma palhoça consegue transformar-se em um castelo frondoso e regozijoso.
Não tenho aqui a intenção de compreender, não quero estar cega, porém estou fadada a mudar por observar as transmutações evolutivas do tempo.
Jaqueline Bezerra (Jaque)

5- Corpos Orbitários

Dois corpos suspensos na gravidade
Sucumbidos em energias quantizadas
de spins, existindo e inexistindo.

Excitados em movimentos
contínios papilares,
perfume cutâneo degustativo do prazer,
somos nós, desvirginados do cotidiano.

Jaqueline Bezerra (Jaque)

4- Flacidade do tempo

É simples quando nos indagamos.
Quando paramos por alguns orbitários segundos diante de uma cena congelada, que verdadeiramente você nem está a enxergar por que está refletindo sobre a cena antecedente, que de acordo com as suas teorias deveria ser totalmente às avessas do que de fato você conseguiu enxergar.
Tentando acompanhar meu próprio raciocínio, pude “neuronizar” que enquanto pessoas andam para todas as direções – inclusive contrária à gravidade – para agaliar, de forma digna seu pague contas para o fim do mês, e outras estão insuportavelmente entregues ao ócio, não seria redundante dizer que poderiam também se empregar tempo equivalente ao ato de criar, de dar a luz às idéias, parir e quando paro para dizer que quero um parto para dentro, algumas pessoas sensivelmente indagam-me.
Posso dizer que este ato louvável da indagação é o início de um parto, seja ele para dentro ou para fora.
Seria prazeroso ver as pessoas deixando sua anonimicidade e equiparar suas ânsias financeiras por ânsias produtivas de concretização limbistica cerebral, antes que o tempo seja criativo de mais para engolir seu fruto improdutivo.


“Os anos vão passando e vamos nos vestindo com a roupa das idades, vamos colando em cima de colagens antigas pela visita dos dias, enquanto nosso cérebro vai creaacionando novas nuanceas e o nosso olho passa a ser um bisturi de plantão enigmaticamente subliminar das eloqüências cotidianas, tendo nosso tato como uma mera representação poderacional de nossas mentes, quando fetalmente comprimidas e elevadas.” Jaque


Jaqueline Carvalho (Jaque)



3- Um dia de rotina

Algumas pessoas estão fadadas a estarem presas 10h do seu dia a uma cadeira de escritório e tendo como paisagem a tela de um computador. Isso cria uma espécie de rotina, que são amortecidas pelos relacionamentos inter pessoais amigabilissímos. Em um escritório que presta acessoria a bancos, não poderia ser diferente. O dia cheio de tensões é quebrado por expressões como por exemplo: dar um baile (puxão de orelha no cliente), casa caiu (os números financeiros não estão agradáveis) etc. Através dessas observações que surgiu "Um dia de Rotina".



Um dia de Rotina

Não sei se você já parou pra imaginar na rotina de seu dia dentro de uma sala fechada com 20 pessoas ao redor, onde o destino transitou o cruzamento. Sim! O cruzamento.

Por que não referir-se assim? Aqui reúnem-se diversidades cerebrais funcionando em pleno vapor em meio a um tempo fritante teresinense. Mediante este caminho, computadores cerebrantes, bocas inquietantes, mãos ágeis, pés indisfarçadamente alucinante, trabalham em prol de uma sustentável equipe.

Sistema operante, nos risos descontraentes da pressão “casa caída” depois de um segundo de silêncio por interrogações indefinidas, na busca de ser o recordista, ecoando ao fundo o som das perguntas: - Porque? –Porque?

Resolva, essa é a solução. Que grande cruzamento esse, não! O do problema com a solução...é sempre o cruzamento que vêm definindo o percurso destes anos Toledais,seja das pessoas, dos ideais, das desavenças, dos olhares, dos falares, do respeito, do grito, da impotência, das idas e vindas de todos os dias frenéticos.

Pára. Respira.

Não, não se pode. Os ponteiros são ágeis. Daqui a pouco o pesar das badaladas anuncia a contagem regressiva..10,9,8,7,6...os ânimos sobe a crista...5,4,3,2,1... pernas alongam-se, alongam-se braços, 90°, 180° põem-se de pé, passos distanciam-se do movimento antes paralíticos e vão-se maleabilizando...

Vão-se...vão-se...vão-se

Vão-se cruzando tecidos, portas e andares, espairecendo vão-se as cores opacas da rotina, o conjunto se desfragmentando e decodificando em fórmulas, jogos transitais esperando as 24 horas da próxima mutação, cruzamento de DNA's para novas sessões julgamentais.



Jaqueline Bezerra (Jaque)

2- Baile Carnavalesco

Chega ser ruminante observar um país carbonizando os dias em um perfeito marasmo de “nada”. Tento consolar-me imaginando que o “nada” seja o grande divisor ente a quantidade e a qualidade, mas aí minha revolta toma o salão novamente.
Essa sensação é fruto de 15 minutos de observação em uma cidade onde os foliões carnavalescos dizem chegar ao êxtase e pude certificar o porque.
Aquele lugar parecia a Paissandu nos anos 50, e de certo a Paissandu fosse menos extravagante. As meninas praticamente despidas em todos os âmbitos, formulando posses esquemáticas que mais me lembravam as cenas rupestres dos ritos sexuais, dançando ao som de uma mistura de notas musicais pífia não pentagramada.
Posso definir aquele quadro como um bacanal a céu aberto, onde não havia um vestígio de trocas ideacionarias, não havia se quer uma troca verbal, pois o conflito de decibes impediam que tais informações do mundo conectado chegassem. Bom! E dependendo de sua analogia chegavam.
Pode parecer quadrado de minha parte descrever esta cena, sem quaisquer considerações, mas vejo-me com um hiato entre a idéia e a verdade, híbrida entre a arte e a vida, portanto pretendo caminhar na velocidade da vida, e foi ela que levou-me há 13km dali, e pude sensivelmente conferir uma tranqüilidade produtiva, quando pus na agulha um filme chamado “ Hotel Rwuanda”, que descreve todo o terror vivido em Kigali(África) em 1994, onde duas facções políticas, os Tutsis e Hutus resolvem entrar em conflito pelo poder, levando a quase o genocídio com a morte de aproximadamente um milhão de kigalenses, antes fosse a esperteza do gerente do “Hotel Milles Collines” chamado Paul Rusesabagina que conseguiu proteger 1.268 pessoas entre Hutus e Tutsis e hoje Paul e sua família (Tatiana-esposa; Roger, Diane, Lys, Tresor-filhos e Anais e Carine- sobrinhas) hoje vivem erradicados na Bélgica.
O mundo fechou os olhos para aquele povo, mas quando enfim abri os meus já em frente a porta da casa, vi um agricultor simplório passar em sua carroça, ao mesmo tempo reportei-me a horas atrás naquela cidade que dista 13km, pude concluir que não são só os kigalenses que quasse sofreram um genocídio. Nós também vivenciamos tal realidade da pior forma, pois isso acontece em vida.
Toda essa exatidão fez parte do meu baile carnavalesco. E quanto a nota pra esta apresentação! Fica a seu critério. Só não queria ser mais uma viola carnavalesca.

Jaqueline Bezerra (Jaque)

1- E!i!t!a!

Sabe quando você consegue abster-se de todas as coisas ao seu redor e por alguns intantes dedicar-se a alguém?
Exato! A "intensidade" é algo que determina minha posição longitudinal e latitudinal sobre este sólido de convunções. E durante certo tempo tive a certeza de intensamente estar convivendo dispostamente alguns quatro meses de um bom cotidiano...
Daí...eis que surgiu esta inspiração:


"São quatro meses. E o que são quatro meses?
Um tempo indeterminado, perpetuado pelos segundos prazeros e inesquecíveis de um vendaval de emoções contidas e contagiosas de duas pessoas que se conheceram num passado minúsculo de uma repercussão furastônica de impulsos eletrizados de brilho, contraste, colorismo, redimensionalismo, improvisado pelos momentos impermeabilizados das tardes bancais dos domingos fotográficos de uma mente inesgotável de trocas químicas oxigenais transcendendo aos olhares carnais a transparência dos sentidos, despindo o pensamento e vestindo de palavras o tempo reescrito de passos numa direção caótica de reações limbisticas, carbonizando o indese”já”vel, sutilmentezando, sutil mentezando.
São quatro meses de interseção exclamação: 1!2!3!4! Uma progressão geométrica que está contido ao pertencente estado gravitacional paralepitidico, uma transfusão evolutiva de um sistema que opera a 113 dias . "


Jaqueline Bezerra (Jaque)
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Exposição: Antonio Júnior

Num passeio pelos Interiores

Partes do Interior

Partes do Interior
Foto: Antonio Júnior

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Foto: Antonio Júnior

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Foto: Antonio Júnior

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Foto: Antonio Júnior

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Antonio Júnior

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Foto: Antonio Júnior

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